Certos seres humanos precisam
com urgência reaprender o significado de certas palavras como bom senso e
educação nos relacionamentos interpessoais. Desde criança algumas mães ensinam
que é falta de educação entrar na conversa de adultos, mas quando ela cresce, se acha no direito de invadir e interromper as conversas. Será que é
porque já se tornou adulta também? Ou esqueceu a educação que sua mãe provavelmente
deu? Talvez se julgue mais importante que
a outra pessoa que esta falando, que seu assunto é mais urgente ou mais
relevante que o do outro.
Eu aprendi desde criança que
deveria esperar o outro terminar o assunto para eu entrar na conversa, ou pedir
educadamente por licença, mas hoje presenciei uma situação tão horrível que me
senti mal, fiquei envergonhada de ver como alguns seres se consideram acima de
todos. Pessoas que se acham tão mais importantes que todos ao seu redor que
exalam um forte fedor de egoísmo, tudo na vida dela é mais importante, é mais urgente,
é mais relevante é melhor ou de maior gravidade.
Uma doença para ela é única,
rara, estagio adiantado, perigoso, é sempre mais importante que a dor alheia,
uma simples dor de cabeça impressiona pelo teatro apresentado, como se fosse um
grande tumor em fase final, que todos ao redor têm obrigação de lhe prestar atenção,
de ouvir as centenas de vezes que ela reclama, dias, semanas, meses e anos se
passam e essa pessoa não se dá conta de sua situação.
É triste e doloroso ver como
esse mundo se enche de seres exigindo atenção pelos males que “acham” ou “inventam”
que possuem, seres cheios de egoísmos, de maldade, vazios de si mesmo, pois já
foram totalmente ocupados pelos “problemas” que voam ao seu redor feito moscas
sobre carne podre. Sequer conseguem ouvir o que você lhes fala, pois estão tão
atentos ao seu próprio mundo que nada mais importa além de si e suas dores.
Tristes relacionamentos que elas
atraem. Pessoas que são obrigadas a
conviver sofrem e se tornam iguais na busca de um pouco de sua atenção, mas
assim que conseguem uma migalha logo são deixadas de lado e totalmente
desprezadas por algo muito pior, seja uma nova doença, um novo problema indissolúvel
ou uma mera fantasia que alguém está falando de si. E lá vai ela começar sua caminhada
dolorosa de novo. Adoecendo e incomodando aqueles com quem convive no trabalho,
na casa, na rua, na família, etc.
Quando presencio uma cena como
a que vi hoje, me calo. Às vezes me revolto, mas me concentro em mim mesma e
reflito, será que eu faço isso e quantas vezes já fiz? Reflito em mim para
corrigir onde estiver meu erro, até mesmo no julgar, mas observo com tristeza o
quanto os seres humanos se afastam de Deus e das coisas boas, dos ensinamentos
espirituais, esotéricos, ensinamentos dos pais e como isso afeta a vida de
muitas pessoas a nosso redor.
Ninguém tem o direito de cortar
a conversa entre duas ou mais pessoas. O respeito é algo mágico, maravilhoso, a
educação nos dá brilho, muda as cores de nossa aura, nos torna respeitáveis. Nos
torna dignos. Uma pessoa que sabe esperar seu momento para entrar numa conversa
é alguém raro hoje em dia. Mas o mundo acostumou ao fedor do egoísmo que isso
não importa mais. Todos falam ao mesmo tempo, e pior, quando não gritam para
serem ouvidos, todos querem ser a cocada preta da Bahia.
Os valores estão completamente
invertidos e hoje quem grita mais é melhor, quem espera sua vez é trouxa, quem
esta errado é o certo, o certo virou errado, o bajulador é bom, o sincero é mal
educado. Se te batem nas costas é amigo se te falam sério é fingido, hoje ser
sincero é um erro, o mundo se acostumou tanto com a mentira e comportamentos agressivos e falsos que quem
for diferente é suspeito.
Enfim, como conviver com inversão de valores?
Como se relacionar bem sem ser igual? Como se fazer presente sem precisar
gritar? Como se impor e impor suas idéias sem ofender? Sem distorcerem o que
você fala ou escreve? Já que o a maioria prefere o fedor do egocentrismo? Pois
o que interpretam, o fazem pelos seus próprios valores invertidos, ou seja, não
importa o quanto você seja sincero, honesto, correto se o os olhos que observam
e julgam são purulentos.
Márcia Raphael - 04/06/2012
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